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Exame de Suficiência CFC 2024.1 FGV - Resolução das questões - Prova 30/06/2024

Atualizado: 23 de jul.

Resolução das questões do Exame de Suficiência 2024.1
Exame de Suficiência CFC 2024.1 prova 30/06/2024

Neste post apresentaremos a resolução do Exame de Suficiência CFC 2024 FGV - resolução comentada questão por questão da prova aplicada no último dia 30/06/2024.

Esta foi a primeira prova do Exame aplicada pela banca, as edições anteriores foram aplicadas pela banca CONSULPLAN. A aprovação no Exame é pré-requisito para o exercício da Profissão Contábil no Brasil.

Este conteúdo tem por objetivo subsidiar os estudos dos futuros candidatos das próximas edições do Exame, promovendo uma maior compreensão dos assuntos explorados em cada questão e permitindo a familiarização com o estilo de cobrança utilizada pela banca FGV.

Fazemos votos que esse conteúdo seja útil em sua preparação e queremos desde já convidá-lo(a) para juntar-se a nós no grupo de Estudo para o Exame Suficiência. Nossa intenção com esse grupo de Estudos é promover a aprovação de todos os participantes, lá você terá acesso a Material de Apoio, Dicas, Orientações, Tira-dúvidas e tudo gratuitamente.

(OBS. Este post está em atualização e as questões são acrescentadas pelos critérios do conteúdo de maior prioridade e reincidências. VOLTE SEMPRE AQUI PARA ACOMPANHAR)

Exame de Suficiência CFC 2024.1 FGV, questão nº: 16 prova tipo 4(Azul) - Assunto: Evento Subsequente.

(Exame de Suficiência CFC 2024.1 FGV) ano de 2023, a Sociedade Empresária XXX foi autuada por um órgão fiscal que alegava o não recolhimento de determinado imposto no valor de R$7.000.000. Com base na análise de seu departamento jurídico, a Sociedade Empresária constituiu uma provisão no valor de R$5.000.000 nas demonstrações de 2023 e impetrou recurso administrativo ao referido órgão. Em 15/03/2024, o recurso da Sociedade Empresária foi julgado e o órgão fiscal determinou que a Sociedade Empresária recolhesse a quantia de R$6.000.000. A Sociedade Empresária optou por não recorrer da decisão. A elaboração das demonstrações contábeis foi finalizada pelo Departamento Contábil em 28/02/2024 e o Conselho de Administração autorizou a emissão de tais demonstrações em 25/03/2024. Instado a decidir se a Sociedade Empresária XXX deve ajustar as Demonstrações Contábeis de 2023 e por qual valor, você declara, corretamente, que a Sociedade Empresária XXX: (A) deve ajustar as Demonstrações Contábeis de 2023, reduzindo o lucro do período e aumentando o passivo em R$1.000.000. (B) deve ajustar as Demonstrações Contábeis de 2023, reduzindo o lucro do período e aumentando o passivo em R$2.000.000. (C) não deve ajustar as Demonstrações Contábeis de 2023, sendo a determinação do órgão fiscal ocorrida depois de 31/12/2023. (D) não deve ajustar as Demonstrações Contábeis de 2023, sendo a determinação do órgão fiscal ocorrida depois da data de finalização das Demonstrações Contábeis por parte do Departamento Contábil.

Resolução: Para responder a questão apresentada, o candidato deve ter conhecimento sobre: Evento Subsequente e o reconhecimento ou não dos seus efeitos nas Demonstrações Contábeis ou em Notas Explicativas. Vejamos detalhadamente:


1-Evento Subsequente:  São eventos que ocorrem entre a data do balanço e a data em que as demonstrações financeiras são autorizadas para emissão. Memorize esse intervalo de tempo, pois para que um Evento Subsequente (favorável ou desfavorável) seja evidenciado, é preciso que a entidade tome conhecimento nesse intervalo de tempo, do contrário não será evidenciado.

Perceba que a questão traz a data em que a entidade tomou conhecimento do Evento Subsequente(obrigação de recolher R$ 6.000.000,00 aos cofres públicos) em 15/03/2024, antes da data de autorização para emissão das Demonstrações Contábeis (25/03/2024) e portanto, dentro do período em que o Evento Subsequente deve ser Evidenciado. O que precisamos entender agora é se esse Evento Subsequente deve ter seu efeito reconhecido as Demonstrações Contábeis ou apenas em Notas explicativas. Vejamos:


2-Tipos de Eventos Subsequentes: São de dois tipos, a saber: Tipo 1- Eventos que fornecem evidências de condições existentes na data do balanço (os desse tipo obrigatoriamente devem ter seus efeitos reconhecidos nas Demonstrações Contábeis); Tipo 2 - Eventos que indicam condições surgidas após a data do balanço (os desse tipo devem ser evidenciados apenas em notas explicativas).

Perceba que o Evento Subsequente(obrigação de recolher R$ 6.000.000,00 aos cofres públicos) é do Tipo 1, pois é uma condição já existente na data do Balanço 31/12/2023 e por isso, deve ter seus efeitos reconhecidos nas Demonstrações Contábeis, devendo estas ser reajustadas.


Pelo exposto, eliminamos as alternativas (C) e (D).


Perceba que a entidade já havia reconhecido em 31/12/2023, uma provisão de R$ 5.000.000,00 em seu passivo em contrapartida de uma despesa, como sendo o valor provável a ser pago. Resta portanto, após o conhecimento do Evento Subsequente, reconhecer mais R$ 1.000.000,00 para completar o valor que realmente deverá ser pago pelo encerramento do litígio, aumentando assim, o seu Passivo e diminuindo o seu Lucro em R$ 1.000.000,00.


Logo, a resposta para a questão é a alternativa (A).

Exame de Suficiência CFC 2024.1 FGV, questão nº: 36 prova tipo 4(Azul) - Assunto: Mudança de Estimativa Contábil.

Em 01/07/2021, uma loja de roupas adquiriu uma máquina de costura por R$840. Na data, estimou que iria usar a máquina durante 4 anos e vendê-la pelo equivalente à vista de R$200 após esse período. Em 01/01/2023, a loja constatou que poderia utilizar a máquina por mais 3 anos, a partir dessa data, mas seu valor residual seria zero. Assinale a opção que indica o valor contábil da máquina de costura em 31/12/2023, conforme a NBC TG 27 – Ativo Imobilizado.

(A) R$400.

(B) R$440.

(C) R$320.

(D) R$210.


Para responder a questão o candidato(a) deveria ter conhecimento sobre: 1)Valor depreciável; 2)Cálculo e Contabilização da Depreciação; 3)Reconhecimento da Mudança de Estimativa Contábil. Vejamos cada um:

  1. Valor depreciável: é o valor que será amortizado ou exaurido de um Ativo, é determinado pela diferença entre o custo pelo qual está reconhecido deduzido do valor residual (valor que a entidade espera obter ao se desfazer do Ativo). Perceba que a questão traz esses valores para que possamos calcular o Valor Depreciável da Maquina: R$ 840,00(vr. de compra/custo da Máquina) e R$ 200,00(Vr. Residual/venda avista da máquina). Agora podemos calcular o valor depreciável da maquina: Vr. Depreciável = R$ 640,00(R$ 840,00 - R$ 200,00);

  2. Cálculo e Contabilização da Depreciação: Agora que já temos o valor que será depreciado, precisamos saber por quanto tempo a máquina será utilizada pela entidade para que possamos calcular a taxa de depreciação. Note que a questão informa que a máquina será usada por 4 anos, logo, esse é o periodo em que devemos amortizar o valor depreciável de R$ 640,00 e como não foi informado o método de depreciação, utilizaremos o das quotas constantes, em que a Depreciação = Vr. Depreciável / tempo de uso, assim temos: Depreciação Anual = R$ 160,00 (R$ 640,00 / 4 anos);

  3. Reconhecimento da Mudança de Estimativa Contábil: Toda mudança de Estimativa requer que reconheçamos seus efeitos prospectivamente, ou seja, devemos considerar os saldos contábeis já registrados de acordo com a estimativa anterior para a partir deles aplicar a nova estimativa. Em 01/01/2023 a empresa decide mudar a estimativa contábil em relação a máquina, agora ela deve usá-la por mais 3 anos e sem valor residual. Dessa forma temos: a) Depreciação de 01/07/2021 a 31/12/2022, da seguinte forma: 2021 = R$ 80,00 (R$ 160,00/2); 2022 = 160,00; Totalizando uma depreciação acumulada: R$ 240,00; b) Para aplicarmos a nova estimativa contábil a partir de 01/01/2023, devemos descobrir o saldo contábil da Máquina em 31/12/2022, que será dado por: Valor Contábil = R$ 840,00 (custo de aquisição) - R$ 240,00 (Depreciação Acumulada 2021 e 2022), assim Valor Contábil em 31/12/2022 = R$ 600,00; c) A partir do valor contábil encontrado aplicaremos a nova estimativa contábil iniciando em 01/01/2023. Note que agora a máquina não terá mais valor residual conforme a nova estimativa. Assim, o valor contábil de R$ 600,00 deve ser totalmente depreciado em 3 anos, periodo de tempo que a empresa ainda vai usar a máquina, também de acordo com a nova estimativa. Dessa forma temos: - Vr. Depreciável = Vr. Contábil = R$ 600,00; Tempo de vida útil = 3 anos; Nova Depreciação Anual = R$ 200,00(R$ 600,00 / 3 anos).


Agora já podemos calcular o Valor Contábil da Máquina em 31/12/2023:

Valor contábil em 31/12/2022: R$ 600,00

(-) depreciação de 2023: R$ 200,00

(=) Valor contábil em 31/12/2023: R$ 400,00


Gabarito (A)

Exame de Suficiência CFC 2024.1 FGV, questão nº: 33 prova tipo 4(Azul) - Assunto: Redução ao Valor Recuperável de Ativos.

Em 01/01/2022, uma fábrica de cosméticos adquiriu, por R$180.000, um terreno para a construção de um estacionamento para seus empregados. Em 31/12/2022, a fábrica realizou o teste de recuperabilidade desse terreno e constatou que seu valor em uso era de R$170.000, enquanto o seu valor justo era de R$190.000. Para vender o terreno, a fábrica deveria incorrer em despesas legais de alienação no valor de R$15.000. Assinale o valor do terreno no balanço patrimonial da fábrica após o teste de recuperabilidade, conforme a NBC TG 01 – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS.

(A) R$170.000.

(B) R$175.000.

(C) R$180.000.

(D) R$190.000.

Resolução: A questão cobrou conhecimento sobre Teste de Recuperabilidade de Ativos e para solução o candidato precisava ter em mente alguns conceitos básicos, vejamos:

  • Redução ao Valor Recuperável: A ídeia básica aqui é que nenhum Ativo pode estar reconhecido por valor que não seja recuperável, evitando assim a evidenciação de um patrimônio "inflado". Então, quando o Valor Contábil do Ativo for maior que o valor recuperável, devemos reconhecer uma perda para reduzir o seu valor Contábil ao que é recuperável.

  • Valor Recuperável: É o maior valor entre: a) Valor líquido de venda do ativo; e b) o seu Valor em Uso.;

  • Valor Líquido de venda: É o valor pelo qual, comprador e vendedor independentes e conhecedores da transação, acordam em pagar e receber pela venda do Ativo e esta venda é realizada em condições normais (Valor justo), deduzido das despesas necessárias para que a venda ocorra.;

  • Valor em Uso: É o valor presente dos Fluxos de Caixa futuros pelo uso do Ativo nas atividades da entidade.


Revisado os conceitos, agora somos capazes de responder a questão, sigamos:

  • Valor Contábil do terreno: R$ 180.000,00;

  • Valor em Uso do Terreno: R$ 170.000,00;

  • Valor Líquido de Venda: R$ 190.000,00(vr. justo) - R$ 15.000,00(despesas para venda) = R$ 175.000,00;

  • Valor recuperável (maior valor entre o Valor Justo e o Líquido de venda): R$ 175.000,00.

Dessa forma, como o Valor Contábil (R$ 180.000,00) é maior que o Valor Recuperável (R$ 175.000,00), devemos reconhecer uma perda de R$ 5.000,00 em uma conta retificadora do terreno, fazendo com que dessa forma o seu valor no Balanço seja equivalente ao seu valor recuperável de R$ 175.000,00.


Gabarito (B)

Exame de Suficiência CFC 2024.1 FGV, questão nº: 28 prova tipo 4(Azul) - Assunto: DVA - Demonstração de Valor Adicionado.

Uma joalheria reconheceu as seguintes receitas em 2023 com:

• vendas de mercadorias: R$800.000;

• financeira: R$400.000;

• equivalência patrimonial: R$200.000;

• venda de ativo imobilizado: R$170.000;

• aluguel de imóvel a terceiros: R$120.000.

De acordo cm a NBC TG 09 (R1) – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO, na Demonstração do Valor Adicionado da joalheria, em 31/12/2023, o valor adicionado recebido em transferência apresenta o seguinte montante:

(A) R$490.000.

(B) R$600.000.

(C) R$720.000.

(D) R$890.000.


Resolução: A questão cobrou conhecimento sobre DVA-Demonstração de Valor Adicionado e para resolver o candidato deveria saber qual valor é classificado como valor recebido em transferência. Façamos uma breve revisão sobre o assunto:

  • De forma geral e resumidamente a DVA apresenta o Valor Adicionado pelas atividades da empresa (parte 1 da DVA) e como foi distribuido (Parte 2 da DVA).

  • O Valor Adicionado representa a riqueza criada pela empresa, o qual é encontrado pela diferença entre o valor das Vendas e os Insumos adquiridos de terceiros e ainda, o valor adicionado recebido em transferência.

  • O valor adicionado recebido em transferência é aquele produzido por terceiros e transferido à empresa.

  • Na DVA o total do valor adicionado recebido em transferência é obtido pela soma das linhas das seguintes rubricas:

Linha 6 da DVA - Demonstração do Valor Adicionado
DVA - valor Adicionado recebido em transferência
  • Vejamos cada uma delas: 6.1) Resultado de equivalência patrimonial: o resultado da equivalência pode representar receita ou despesa, se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo; 6.2) Receitas financeiras: inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas, independentemente de sua origem; 6.3) Outras: inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia etc.


Feita a revisão já temos condição de identificar a resposta. Das receitas obtidas pela entidade as que se enquandram como Valor adicionado recebido em transferência são: - Financeiras: R$ 400.000,00; - equivalência patrimonial: R$ 200.000,00 e Aluguel de imóvel a terceiros R$ 120.000,00, totalizando assim R$ 720.000,00. Portanto, gabarito da questão:


Letra (C)


 

 


Exame de Suficiência CFC 2024.1 FGV, questão nº 23 prova tipo 4(Azul) - Assunto: Receita de Contratos com Clientes

Em janeiro de 2024, uma companhia aérea anunciou uma promoção especial de Dia das Mães e vendeu, em fevereiro, 200 passagens aéreas do Rio de Janeiro para Porto Alegre, por R$300 cada, recebidos à vista.

Em maio de 2024, os aeroportos de Porto Alegre foram fechados, de modo que a companhia aérea comunicou aos clientes que as passagens poderiam ser utilizadas em junho, sem pagamento de taxas e penalidades. Suponha que todos os clientes viajem em junho de 2024.

Nesse caso, de acordo com a NBC TG 47 – Receita de Contratos com Clientes, a receita da companhia aérea relativa à venda das 200 passagens deve ser reconhecida no mês de

(A) janeiro.

(B) fevereiro.

(C) maio.

(D) junho.

Resolução: A questão cobrou conhecimento sobre Receita de Contrato com Cliente e especificamente sobre quando deve ser reconhecida uma Receita. Vejamos:

A base para o reconhecimento de receita, conforme a NBC TG 47, é que a entidade deve reconhecer receitas quando (ou à medida que) ela satisfizer à obrigação de performance ao transferir o bem ou o serviço (ou seja, um ativo) prometido ao cliente. O ativo é considerado transferido quando (ou à medida que) o cliente obtiver o controle desse ativo (item 31).

Com o conceito acima em mente, podemos analisar cada opção, sigamos:


Janeiro: A promoção foi anunciada neste mês, mas nenhuma transação de venda ou prestação de serviço ocorreu, portanto, nenhum reconhecimento deve ser feito.

Fevereiro: As 200 passagens foram vendidas e o pagamento de R$300 por cada uma foi recebido à vista. Neste momento, a companhia aérea recebeu a contraprestação, mas ainda não transferiu o serviço de transporte aéreo. Quando a entidade recebe a contraprestação do cliente antes de transferir o bem ou serviço, ela deve apresentar o contrato como um passivo de contrato (item 106). Um passivo de contrato representa a obrigação da entidade de transferir bens ou serviços ao cliente, em relação aos quais a contraprestação já foi recebida ou é devida. Portanto, em fevereiro, a companhia aérea reconheceria um passivo (receita antecipada), não a receita.

Maio: Os aeroportos foram fechados e a companhia comunicou que as passagens poderiam ser usadas em junho. Isso é uma modificação no contrato em relação ao cronograma de uso, mas o serviço de transporte ainda não foi prestado.

Junho: Todos os clientes viajam em junho de 2024. É neste mês que a companhia aérea satisfaz a sua obrigação de performance ao efetivamente transferir o serviço de transporte aéreo aos clientes, ou seja, os clientes recebem e consomem simultaneamente os benefícios gerados pelo desempenho da entidade à medida que ela efetua o desempenho (a viagem). A receita é reconhecida quando essa obrigação de performance é cumprida.


Em suma, o reconhecimento da receita ocorre no momento em que o serviço prometido (o voo) é prestado, e não na data da venda ou do recebimento do pagamento, pois é quando o controle do serviço é transferido ao cliente.


Portanto, gabarito da questão:


Letra (D)


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